Pode-se segregar em quatro tipos nos quais os computadores de xadrez reconhecem os movimentos das peças. A primeira forma, a mais comum, se constitui na pressão exercida na peça sobre o tabuleiro. Assim, pressionando a casa de origem para a casa de destino, o computador reconhece o movimento. Esta forma é conhecida como "touch sensory" ou por pressão na casa. Este formato está presente nas máquinas atuais, como Novag Obsidian, Mephisto Chess Challenger e nas máquinas antigas, como Fidelity USCF SE dentre outras.
A segunda forma é conhecida como auto-sensor. A peça é movida da casa de origem para a casa de destino sem pressioná-la no tabuleiro. Este procedimento somente é possível em função de um componente sob o tabuleiro, denominado reed swich, ou sensor magnético. As máquinas fabricadas que levavam este dispositivo eram; Exclusive da Mephisto, série Elite Avant Garde, Renaissance, Galileu dentre outros.
Os sensores magnéticos consistem em dispositivos formados por um bulbo de vidro no interior do qual existem lâminas flexíveis feitas de materiais que podem sofrer a ação de campos magnéticos.
O bulbo de vidro contém um gás inerte de modo a evitar a ação corrosiva do ar sobre as lâminas, o que afetaria o contacto elétrico em pouco tempo, ver em:
Em resumo, quando a peça de xadrez, que contém imã na base, aciona este sensor, ligando ou desligando, faz com que o hardware ( xadrez eletrônico) possa reconhecer que algum movimento foi efetuado.
A terceira forma, veio com o Sistema Tasc, embora a Mephisto já tinha desenvolvido um sistema semelhante denominado Bavaria, entretanto com limitações.
Tasc teve sua origem na Holanda, fabricando sistemas dedicados de xadrez. Não se tem dados exatos sobre a data de sua constituição, entretanto alguns sitios de colecionadores dão conta que a empresa teria desenvolvido programas e máquinas a partir de 1989. Em 1992, Tasc revolucionou o conceito de reconhecimento de peças. A empresa desenvolveu um dispositivo, que adicionado na base das peças, reconhecia a posição, seja a inicial ou determinada situação em especial. Imagina-se que este reconhecimento, via software integrado ao tabuleiro, era processado por frequência em hertz, que por analogia, semelhante a frequência das notas musicais.
Sabe-se que a nota "A" fundamental possui 440 hertz, portanto cabe a ideia que cada peça continha uma frequência, diferentemente para as brancas e pretas, de forma que na posição inicial do xadrez, caso as peças não fossem colocadas de forma correta, o sistema emitiria um sinal de erro.
Como o processo musical é tão ou mais antigo que o xadrez, é provável que a inspiração para este sistema teria conexão com este fenômeno. Enfim, nada se cria, mas se copia de forma positiva obviamente. A grande vantagem deste reconhecimento, ao contrário dos demais, cinge-se a facilidade da montagem de posições ou problemas. Tasc fabricou módulos que acoplados ao tabuleiro, oferecia um jogo combativo, com rating aproximado de 2200 a 2300. Também desenvolveu ferramentas que possibilitava mediante conexão paralela, jogar com programas desenvolvidos para PC, tais como Shredder e outros.
Todavia as versões dos programas shredder e outros que continham instruções para reconhecer o tabuleiro TASC tornaram-se obsoletos, pois rodavam apenas no Windows 98 e ME.
Entretanto o sistema ainda precisava ser aperfeiçoado, pois ao deslizarmos o peão de d2 para d4, tem-se d3, e a máquina entendia que o humano teria efetuado o movimento para d3.
Por questões de patente e outros fatores não conhecidos, Tasc não sobreviveu, vindo a encerrar suas atividades. Na web, em sitios de colecionadores, há vários depoimentos frisando que TASC foi o melhor computador até então desenvolvido e nos dias atuais, muito procurado.
Em 1992, chega ao mercado a DGT. Os fundadores Ben Bulsink e Albert Vasse criam a empresa DGT Projects. Os principais produtos à época eram o relógio de xadrez digital e tabuleiros eletrônicos, xadrez e damas. No sítio do DGT há vários vídeos que relatam a história da DGT, principalmente quanto ao desenvolvimento do relógio digital, desde a sua concepção até o momento de ser aceito internacionalmente e considerado relógio padrão pela Federação Internacional de Xadrez, Fide.
Outros produtos foram desenvolvidos e atualmente a DGT leva o nome de "Digital Game Technology". Ao contrário dos fabricantes mencionados, DGT optou por seguir uma postura diferente, fabricando produtos para profissionais do xadrez, inobstante sem perder o foco para produtos destinados aqueles que desejam se aperfeiçoar no aprendizado do xadrez. O tabuleiro não contém leds, entretanto oferecem múltiplas conexões, seja com os principais programas de xadrez da atualidade e outros programas com ferramentas próprias desenvolvidas pela DGT. O tabuleiro é robusto, com dimensões aprovadas pela Federação Internacional de Xadrez e dificilmente apresenta problemas. O sistema eletrônico ocupa uma pequena parte do tabuleiro com fácil acesso para manutenção. O sistema de reconhecimento de peças foi aperfeiçoado, podendo deslizar a peça no tabuleiro, sendo que o sistema entende que da casa d2 para d4, passando por d3, o sistema compreende que o jogador efetivamente quis colocar a peça em d4. Também pode-se atualizar o "firmware" contido no circuito, já que contém uma eprom onde se pode escrever novas instruções.
Recentemente, DGT disponibilizou no mercado o tabuleiro com dispositivo bluetooth, de forma que se pode conectar o tabuleiro ao computador sem o incômodo dos cabos. O tabuleiro com o relógio digital XL resultam em um par excelente. O relógio, além de mostrar o tempo para cada jogador, combina os lances na notação algébrica. Em termos de qualidade, considero a DGT semelhante a Martin &Co. E novidades estarão por vir, principalmente quanto ao dispositivo bluetooth. Alia-se a este fato que Ruud Martin, autor do "Revelation II" se associou à DGT, incorporando ao seu projeto o sistema patenteado pela DGT de reconhecimento das peças. Ver em http://www.phoenixcs.nl/index.php.
Por derradeiro, em nas minhas pesquisas, fiz contato com a DGT, pois a dúvida consistia no fato de qual teria sido a influência da empresa TASC, que em tese, repito em tese, teria implementado o sistema de reconhecimento de peças. Minha curiosidade, também consistia nos números de tabuleiros comercializados e/ou produzidos até então, obviamente salvaguardando posições confidenciais que por ética, tão rara nos dias atuais, devem ser preservadas. Agradeço as informações fornecidas pela DGT, todavia não divulgadas nesta postagem.